A História do Complexo do Baú
Por Maria José Chiaradia dos Santos
Os versos contam as histórias, Dos adereços na crista da serra, Inseridos, profundos e firmes, Patrimônio adornado a boa terra. O belo “Complexo Pedra do Baú”, É um marco inédito no topo da Mantiqueira, Pedras de bruços, em pé e de cócora, Acidentes geográficos em rochas brasileiras. São Bento do Sapucaí – SP, No Estado de Minas Gerais circunscrito, Agraciado com o “Pico Pedra do Baú” Baita formação de granito. A Embahu dos Índios, lugar de vigia, É o ponto de sentinela do município, Pedra Menino ou Itacolomy agarrada na filha, Silvané debruçada no precipício. Canastra dos tropeiros e caboclos, Hoje perpetuada “Pedra do Baú”, No maxilar da Montanha que Chora, Habitat de cobras, lagartos e bicho tatu. De longe é possível ver, São Bento do Sapucaí com largo sorriso, Mostrando os seus dentes de pedras, Na boca do paraíso. A nossa ilustre pedra com meio gancho no leste, O corpo da cor de chumbo véu, Lá no alto da serrania, É a gigante Pedra Arranha-Céu. Pedra do Baú modelada com requinte, Imponente e majestosa, Grande pedra do país, Com postura bem charmosa. A Baú é um trapézio de massa pétrea de, 450 metros de comprimento, por 340 metros de altura, Pesando a responsabilidade de educar bem uma filha, (Segundo Pe. Frei Caetano) Com as variações de 01 a 40 metros de largura. Um banco de pedra imenso, Pela ação da natureza esculpido, Num pedestal de florestas, No ápice do Paiol Grande e Baú erguido. As pedras do Baú e Bauzinho, Sopradas pela ventania dali, São desenhos que compõem o brasão, De São Bento do Sapucaí. Um colossal Baú de rocha, Na “Estância da Aventura”, Consagra o lugar, Uma graça em formosura. O lendário Monte Barão, Por muito tempo guardou encantos e segredos, Revelados por dois irmãos, Persistentes e sem medo. Em 12 de agosto de 1940, A Pedra do Baú foi pisada pela 1ª vez, Por homens de garra e coragem, João e Antonio Cortez. Dr. Luiz Dumont Villarez, Dos pétreos monumentos foi o benfeitor, Custeou todas as obras e reservas, Com dedicação e amor. Tornar tamanho empreendimento realizado, Foi mérito do trabalho de cada um dos homens em mutirão, Talharam a pedra, construíram escadas e ampla casa coroando o “Pico”, Ações praticadas com mãos e braços fortes, sabedoria e coração. A Parada dos Medrosos do lado Norte da Pedra, É o fim da almejada façanha, Para os que têm pavor pelas alturas, Valendo tudo que viram nas montanhas. A célebre Baú com suas escadas de arcos, Nas faces norte e sul, Aproximam os corajosos escalantes, Do maravilhoso firmamento azul. Sobre a famosa Pedra Altiplano, O 1º abrigo montanhês no Brasil foi feito, Na altitude de 1900 metros, Para acolher visitantes de respeito. Uma bela casa-paiolada segura e confortável, Contendo sala de estar, lareira e acentos, Aconchegante dormitório com 21 camas, Presenteando os amigos com as noitadas livres do relento. Protegida por para-raios, Ostentando a bandeira da nação, Pousada coberta pelas estrelas, Paga por seus usuários com a gratidão. Do lado de fora do grande rancho, Um reservatório para coletar água da chuva abundante, E um banheiro completo, Tudo para os seus visitantes. Tocar o sino de bronze. Ecoando a própria vitória, De cada hóspede humano, Do ato realizado na sua história. O Bico de Papagaio, Por forte correntes cercado, Oferece uma visão estupenda, Do abismo abaixo escancarado. No topo da Pedra Nossa Senhora de Lourdes, Na gruta em nicho novo, A seus pés gotejava água-remédio, Curando os males do povo. Noutra toca da inédita Pedra, Em redoma São Bento nos altos ares, Santo Padroeiro do município, Protegendo as famílias e os seus lares. Impressionava o movimento de visitantes, Era um contínuo vai e vem de pessoas, E estudantes de férias no acampamento, Aumentando o número de escaladas incríveis e boas. De cima da Pedra do Baú nas tardes escaldantes, Avista no horizonte oeste o lindo Pôr!... O Sol de mergulho em nuvens rubro-matiz e ouro, Dourando os picos na tela de Nosso Senhor. Na minha época de menina, Vivi contemplando os eventos, Badaladas do sino, gritos, palmas, Cantorias e violeiros de boa vontade e talentos. Eram possantes faroletes e tochas, Naquele espaço a movimentar, Com queima de fogos explodindo, Em quedas de cascatas reluzentes no ar. Foram muito bonitos os espetáculos que assisti, A Pedra do Baú como estático andor, Os foguetes faiscando com rebentos frenéticos, Nas congratulações de amizade e amor. Quando a escuridão noturna cobria a terra, A Baú ficava um nobre salão iluminado, Pelas luzes do pisca-pisca das constelações, Nas noites límpidas de céu estrelado. Os caminhos que levam as pedras do conjunto, São um sobe e desce no meio da floresta, Com o aroma impregnado da mata, E o titilar dos passarinhos em festa. Ex-propriedade de meus bisavós, Tenho pelas pedras um amor veemente, Levando como bagagem por onde vou, Suas imagens impressas na mente. Nos pensamentos de criança sonhadora, Sobrevoei o bairro em mágico balão, E me diverti com brincadeiras na Pedra do Baú, A minha xodó do coração.